Sim, eu deveria usar o meu blog pessoal para escrever algo tão pessoal, mas uma coisa que eu aprendi nesses 23 anos de vida, é que os seus sentimentos são a sua arte, a sua alegria é a sua arte, a sua tristeza é a sua arte.
No dia 20 de Janeiro de 2017, seria o lançamento do meu livro "Apenas uma chance", mas eu percebi que eu não estava me dando essa chance que eu tanto quis fazer o livro dizer. Então tive a chance de conviver com o meu pai biológico. Não me entendam mal, eu amo os meus pais (Criação e adotivo), eles são tudo pra mim, mas isso não tira essa amargura que vive em meu coração.
Será que eu vim com algum defeito? Será que mesmo antes de eu nascer, ele já sabia que eu iria falhar? ou pior, será que ele sabia que eu ia me transformar nessa pessoa que não consegue viver um momento completo de alegria?
Eu queria muito enxergar as coisas boas que a vida pode trazer, mas eu não consigo, não consigo pois me sinto um lixo, sinto que todo mundo me abandonou ou vai me abandonar ao longo do tempo. Eu não queria ser assim.
As pessoas me fizerem de vitima de suas maldades, pois eu permitia isso. Eu nunca tentei dizer nada, eu nunca tentei levantar a cabeça e achar que eu era importante. Sabe por quê?
Porque eu cresci tendo raiva do meu pai e eu nem sabia o porquê daquilo, eu me senti um lixo, me senti sem valor. Mas eu ainda tinha a minha mãe de criação, que também era a minha madrinha. Então ela morreu e eu fiquei aqui, "sozinho". Por muito tempo me juguei importante pra alguém, mas eu não conseguia ver isso. Foi quando as minhas necessidades apareceram. Necessidade de amor. Necessidade de atenção. Necessidade de carinho. Então eu comecei a namorar a Mariana. Ela foi o meu primeiro amor, cada segundo com ela foi maravilhoso, e então ela partiu. Eu conheci a Vitória, tivemos o Brian.
O Brian morreu, a Vitoria morreu. Eu fiquei aqui. Eu adotei o Yuri e ninguém sabe o quão importante ele é pra mim. Ninguém sabe o quanto me dói cada vez que dizem que ele não é meu filho. Ninguém sabe quantas noites eu choro, pensando que estou falhando como pai do Yuri, assim como falhei sendo pai do Brian. Eu deixei o Brian morrer, eu não fiz nada. Eu sei que eu não podia, mas eu deveria ter me esforçado mais.
Durante todos esses anos, minha mãe biológica insistiu para que eu fosse ao psicologo e eu me neguei, eu achava que eu era forte. Mas não sou. Eu sei que a minha história monta a minha arte, mas a minha arte de nada vai importar, se eu nem ao menos conseguir ajudar o meu filho e o meu neto e a minha nora.
A Tainara entrou na família a quase 2 anos e me fez sentir importante, ela me sentir como se o Arthur fosse o meu neto, não porque ela quis ser condescendente, mas sim pelo simples fato de eu ser vô do Arthur. Eu posso não ter o mesmo sangue que o Yuri (Infelizmente), mas não tem um único momento que eu não me orgulhe dele e do progresso que ele tem feito. Eu queria poder ajuda-los mais. Eu queria que ele tivesse orgulho de dizer que sou o pai dele.
O meu pai achava que eu não queria conhece-lo, talvez tenha pensado que ele não seria importante pra mim, mas ele me fez ser quem sou e eu o amo por isso. Eu tentei negar por muito tempo, mas ser pai, as vezes é difícil. Você precisa lutar todos os dias, você precisa ter esperança e forças sobrenaturais.
O meu pai não é diferente e eu não o culpo por isso, mas espero que algum dia ele entenda que ele já é biso (Pois é, tem neto e bisneto já). Também espero que quando os gêmeos chegarem, ele esteja por perto, pois eu vou precisar dos meus pais e mães por perto quando os meus filhos nascerem, e eu quero que todos façam parte da vida dos meus filhos, pois fazem parte da minha.
Então me paro e me pergunto se sou alguém sem valor e eu mesmo me respondo. Não, o meu valor é dão alto, que ninguém no mundo seria capaz de pagá-lo. Então toda vez que eu pensar em chorar, toda vez que eu pensar que ninguém gosta de mim, vou olhar a foto do meu filho, da minha nora, do meu neto e da Barbara, então lembrarei que eu tenho pessoas que me amam e me admiram em algo, então lutarei todos os dias, pra ser a melhor versão de mim. Nada além daquele menino sonhador e com uma imaginação extraordinariamente gigante.
O livro não sairá na data planejada, mas ele sairá, e dessa vez, ele será mais real, pois eu não posso me calar, eu preciso gritar para o mundo, e talvez quem sabe, alguém finalmente me ouvirá.
Somos um pedaço de cada, se um está fraco, todos estaremos fracos,
então devemos ajudar uns aos outros a manter força. Como eu sempre digo,
SEJA FORTE E CONTINUE AGUENTANDO FIRME.